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I) Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita

a) Antecedentes da Doutrina

Os Precursores da Doutrina Espírita

A Antiguidade

A História de Swedenborg

O Profeta da Nova Revelação

Os Fenômenos de Hydelsville

As Mesas Girantes

 

b) A Codificação Espírita

Allan Kardec

Biografia do Senhor Allan Kardec

Caráter da Revelação Espírita

Discurso Pronunciado Junto ao Túmulo de Allan Kardec

por Camille Flammarion

Allan Kardec - Pesquisa Biobibliográfica

A Nova Revelação Espírita

As Obras Básicas

 

c) Doutrina Espírita

Aspecto tríplice da Doutrina Espírita

O Consolador Prometido por Jesus

A Falange do Consolador

 

d) Movimento Espírita

Os Objetivos do Movimento

Movimento e Doutrina

Grande Conferência Espírita Realizada no Rio de Janeiro

75 anos depois das "Bases da Organização"

Unificação

Pátria do Evangelho

O Pacto Áureo

O Centro Espírita

Das Reuniões e Sociedades Espíritas

A Casa de Ismael

Do Conselho Federativo Nacional

II) Princípios Básicos da Doutrina Espírita

a) Existência de Deus

b) Provas da Existência de Deus

c) Atributos da Divindade

d) A Providência Divina

e) Existência e Sobrevivência do Espírito

f) Provas da Existência do Espírito

g) Origem e Natureza dos Espíritos

h) A Alma Humana

i) Intervenção dos espíritos no Mundo Corporal

j) Comunicabilidade dos Espíritos

k) Mediunidade: Conceitos e Tipos

l) Mediunidade com Jesus

m) Justiça Divina

n) Penas e Gozos Terrestres: Duração das Penas

o) O Princípio de Ação e Reação

p) O Arrependimento e o Perdão

q) Pluralidade das Existências - Objetivo da Encarnação:

União da Alma ao Corpo

r) Pluralidade das Existências - Objetivo da Reencarnação

s) Pluralidade das Existências - A Reencarnação: Justiça e

Necessidade da Reencarnação

t) Pluralidade dos Mundos Habitados - Diferentes Categorias de

Mundos Habitados

u) Pluralidade dos Mundos Habitados - Mundos Transitórios

v) Pluralidade dos Mundos Habitados - A Terra: Planeta de Provas

e Expiações

 

III) As Leis Morais

1) Lei Divina ou Natural

a) Caracteres da Lei Natural

b) Conhecimento e Divisão da Lei Natural – 1ª. Parte

c) Conhecimento e Divisão da Lei Natural – 2ª. Parte

d) O Bem e o Mal

2) Lei de Liberdade

a) Liberdade Natural e a Escravidão

b) Liberdade de Pensar – Liberdade de Consciência

3) Lei do Progresso

a) Conceito de Evolução e de Estado de Natureza

b) Marcha do Progresso – 1ª. Parte

c) Marcha do Progresso - Civilização - 2a Parte

d) Influência do Espiritismo no Progresso

4) Lei de Sociedade

a) Necessidade da Vida Social

b) Vida de Isolamento. Voto de Silencio

c) Vida em Família e Laçosde Parentesco

5) Lei do Trabalho

a) Necessidade do Trabalho

b) Limite do Trabalho e Repouso

6) Lei de Destruição

a) Destruição Necessária e Destruição Abusiva

b) Flagelos Destruidores: Guerras

7) Lei de Conservação

a) Instinto e Meios de Conservação

b) O Necessário e o Supérfluo

c) Privações voluntárias

8) Lei de Igualdade

a) Igualdade Natural e Desigualdade de Aptidões

b) Desigualdades Sociais e Igualdade de Direitos

do Homem e da Mulher

c) Desigualdade das Riquezas: As Provas da Riqueza e da Miséria

9) Lei de Reprodução

a) Casamento

b) Celibato e Poligamia

c) Obstáculos à Reprodução

d) O Aborto

 

IV) Programa IV do ESDE

Deus

a) A Existência de Deus

b) O Infinito e o Espaço Universal

c) Materialismo e Panteísmo

Criação Divina

a) Elementos Gerais do Universo: Espírito e Matéria

b) Formação dos Mundos e dos Seres Vivos

c) Os Reinos da Natureza: Mineral, Vegetal, Animal e Hominal

d) Pluralidade dos Mundos Habitados

e) Inteligência e Instinto

Os Espíritos

a) Diferentes Ordens de Espíritos: Escala Espírita e Progressão dos

Espíritos - 1ª. Parte

b) Diferentes Ordens de Espíritos: Escala Espírita e Progressão dos

Espíritos - 2ª. Parte

c) Forma e Ubiqüidade dos Espíritos

 

Vida Espírita

a) Espíritos Errantes: Sorte das Crianças após a Morte

b) Ensaio Teórico das Sensações e Percepções dos Espíritos

c) Ocupações e Missões dos Espíritos

d) Relações do Além-Túmulo: Simpatias e Antipatias - 1ª. Parte

e) Relações do Além-Túmulo: Simpatias e Antipatias - 2ª. Parte

f) Escolha das Provas

 

Retorno à Vida Espiritual

a) A Alma Após a Morte: Separação da Alma e do Corpo

b) Perturbação Espiritual

Justiça Divina

a) Estudo Crítico das Penas Eternas

b) O Reino de Deus e o Paraíso Prometido

c) Determinismo e Fatalidade

d) Livre-arbítrio

Pluralidade das Existências

a) Os Fundamentos da Justiça na Reencarnação

b) As Provas da Reencarnação

c) Justificativas do Esquecimento do Passado

d) Prelúdio da Volta à Vida Corporal

e) Da Infância

f) Encarnação nos Diferentes Mundos


V) Programa V do ESDE - Aspecto Cientifico

 

Fluidos e Perispírito

a) Natureza e Qualidade dos Fluidos

b) Modificações dos Fluidos e Magnetismo

c) Criações Fluídicas e Ideoplastia

d) Perispírito: Formação, Propriedades, Funções – 1ª. Parte

e) Perispírito: Formação, Propriedades, Funções – 2ª. Parte

f) Vestimenta dos Espíritos

 

Intervenção dos Espíritos No Mundo Corporal

a) Influência oculta dos Espíritos Em Nossos Pensamentos

e Atos – Telepatia e Pressentimentos

b) Influência dos Espíritos Nos Acontecimentos da Vida

c) Afeição que os Espíritos votam a Certas Pessoas

d) Espíritos Protetores

O Fenômeno de Intercomunicação Mediúnica

a) O Fenômeno Mediúnico Através dos Tempos

b) Os Médiuns Precursores

c) O Mecanismo das Comunicações: Condições Técnicas,

Afinidades e Sintonia

d) A Natureza das Comunicações: Imperfeitas, Sérias e Instrutivas

e) Das Evocações: Da Qualidade, Da Linguagem e de sua Utilidade

f) Da Natureza das Indagações aos Espíritos Comunicantes

Dos Médiuns

a) O Médium: Conceito e Classificação

b) A Categoria de Médiuns Especiais para Efeitos Físicos e Intelectuais

c) Espécies Comuns a Todos os Gêneros de Mediunidade

d) Mediunidade nas Crianças

Do Mandato Mediúnico

a) Qualidades Essenciais ao Médium

b) Identificação das Fontes de Comunicação

c) Contradições, Mistificações e Animismo – 1ª. Parte

d) Contradições, Mistificações e Animismo – 2ª. Parte

e) O Exercício irregular: Abusos, Perigos e Inconvenientes

f) Perda e Suspensão da Mediunidade

Do Desenvolvimento Mediúnico

a) Necessidade de Metodização: Regras a Observar

b) Oportunidade do Desenvolvimento

c) Adaptação Psíquica

d) Sinais Precursores da Mediunidade: Mediunidade como Prova

e) A Educação Mediúnica e a Evangelização do Médium

f) A Influência do Médium na Comunicação

Fenômenos de Emancipação da Alma

a) Sono e Sonhos

b) Letargia, Catalepsia, Mortes Aparentes

c) Sonambulismo, Êxtase e Dupla Vista

 

Obsessão

a) Conceitos, Causas e Graus da Obsessão – 1ª. Parte

b) Conceitos, Causas e Graus da Obsessão – 2ª. Parte

c) O Processo Obsessivo: O Obsessor e o Obsidiado – 1ª. Parte

d) O Processo Obsessivo: O Obsessor e o Obsidiado – 2ª. Parte

e) Obsessão e Loucura

f) Obsessão: Profilaxia e Terapêutica

 

· Obs: Mensalmente serão adicionados os capítulos do Curso referente ao índice acima.

 

 

I) Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita

a) Antecedentes da Doutrina

Os Precursores da Doutrina Espírit

 

Os fatos atinentes às revelações dos Espíritos ou fenômenos mediúnicos, remontam à mais recuada antiguidade, sendo tão velhos quanto nosso mundo;e sempre ocorreram em todos os tempos e entre todos os povos.A história, a este propósito, está pontilhada desses fenômenos de intercomunicação espiritual.

As evocações dos Espíritos não se situaram apenas entre os povos do Ocidente, ocorrendo com larga freqüência no Oriente, como se observa dos relatos do Código dos Vedas e do Código de Manu.Esclarece-nos Louis Jacolliot que desde os tempos imemoriais, os padres iniciados nos mosteiros preparavam os faquires para a evocação dos mortos, com a obtenção dos mais notáveis fenômenos (Lê Spiritisme dans lê Monde).O missionário Huc, refere-se a grande número de experiências de comunicações com os mortos registradas na China. Paulo, o apóstolo, em suas epístolas, reconhecia a prática dessas manifestações entre os cristãos primitivos ao recomendar: “Segui o amor e procurai com o zelo os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis”.“Não apagueis o Espírito; não desprezais profecias;julgai todas as coisas, retende o que é bom”.

O apóstolo João também se referia a manifestações espirituais, alertando-nos igualmente quanto à procedência dessas comunicações.

Na idade média, destaca-se a figura admirável de Joana D”Arc, grande médium, recusando-se renegar as vozes espirituais.

Numa época mais moderna é que podemos melhor situar a fase precursora do Espiritismo, a Terceira Revelação, conhecida como O Consolador Prometido por Jesus à Humanidade.A diferença entre os fatos desta fase e os fenômenos da Pré-História, como bem acentua Sir Arthur Conan Doyle, está em que estes últimos episódios eram esporádicos, ou diríamos melhor, sem uma seqüência metódica, enquanto aqueles têm a característica de uma invasão organizada.É nesta época mais moderna e precursora que vamos encontrar alguns notáveis antecessores, como o famoso vidente sueco, Emmanuel Swedenborg, engenheiro militar, insigne teólogo de valioso patrimônio cultural e dotado de largo potencial de forças psíquicas.

Desde a sua infância, tiveram início as suas visões numa continuidade que se prolonga até sua morte; mas as suas forças latentes eclodiram com mais intensidade a partir de abril de 1744, em Londres.Desde então, afirma Swedenborg, “(...) O Senhor abria os olhos de meu Espírito para ver, perfeitamente desperto, o que se passava no outro mundo e para conversar, em plena consciência, com anjos e Espíritos (...)”.

Um outro notável precursor, digno de menção, foi Franz Anton Mesmer, médico descobridor do magnetismo curador.Em 1775, Mesmer reconhece o poder de cura mediante a aplicação das mãos, ou seja, através da fluidoterapia. Acredita que, por nossos corpos, transitam fluidos curadores, preparando o caminho para o hipnotismo do Marquês de Puységur.

Fatos precursores dignos de registro ocorreram com Andrew Jackson Davis, magnífico sensitivo que viveu entre 1826 a 1910, sendo considerado por Sir Arthur Conan Doyle como o profeta da Nova Revelação. Os poderes psíquicos de Davis começaram nos últimos anos da infância, ouvindo vozes de Espíritos que lhe davam conselhos. À clarividência seguiu-se a clariaudiência.Na tarde de 6 de março de 1844, Davis foi tomado por uma força que o fez voar, em Espírito, da pequena cidade onde residia, e fazer uma viagem até as Montanhas de Catskill, cerca de 40 milhas de casa.Swedenborg foi um dos mentores espirituais de Davis.

O surgimento do Espiritismo foi predito por Davis no livro “Princípios da Natureza”.

“Para nós, comenta Conan Doyle, o que é importante é o papel representado por Davis no começo da revelação espírita. Ele começou a preparar o terreno, antes que se iniciasse a revelação.Estava claramente fadado a associar-se intimamente com ela, de vez que conhecia a demonstração de Hydesville (...)

A Antiguidade

 

As crenças na imortalidade da alma e nas comunicações entre os vivos e os mortos eram gerais entre os povos da antiguidade.

Mas, ao contrário do que acontece hoje, as práticas pelas quais se conseguia entrar em relação com as almas desencarnadas, eram o apanágio exclusivo dos sacerdotes, que tinham cuidadosamente monopolizado essas cerimônias, não só para fazerem delas uma renda lucrativa e manterem o povo em absoluta ignorância quanto ao verdadeiro estado da alma depois da morte, como também para revestirem , a seus olhos, um caráter sagrado, pois só eles podiam revelar os segredos da morte.

Encontramos nos mais antigos arquivos religiosos a prova do que avançamos.Os anais de todas as nações mostram que, desde épocas remotíssimas da História, a evocação dos Espíritos era praticada por certos homens que tinham feito disso uma especialidade.

O mais antigo código religioso que se conhece, os Vedas, aparecido milhares de anos antes de Jesus Cristo, afirma a existência dos Espíritos.Eis como o grande legislador Manu se exprime a respeito: “Os Espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes, convidados para as cerimônias em comemoraçãodos mortos, sob uma forma aérea; seguem-nos e tomam lugar ao seu lado quando eles se assentam”.

Um outro autor hindu declara: “Muito tempo antes de se despojarem do envoltório mortal, as almas que só praticaram o bem, como as que habitam o corpo dos sannyassis e dos vanaprastha (anacoretas e cenobitas) adquirem a faculdade de conversar com as almas que as precederam no Swarga; é sinal que, para essas almas, a série de suas transmigrações sobre a Terra terminou”.

Desde os tempos imemoriais, os padres iniciados nos mistérios preparam indivíduos chamados faquires para a evocação dos Espíritos e para a obtenção dos mais notáveis fenômenos do magnetismo.Louis Jacolliot, em sua obra – “Lê Spiritisme dans lê Monde” - expõe amplamente a teoria dos hindus sobre os Pitris, isto é, Espíritos que vivem no Espaço depois da morte do corpo. Resulta das investigações deste autor que o segredo da evocação era reservado àqueles que pudessem ter quarenta anos de noviciado e obediência passiva.

A iniciação comportava três graus: No primeiro, eram formados todos os brâmanes do culto vulgar e os ecônomos dos pagodes encarregados de explorar a credulidade da multidão.

Ensinava-se-lhes a comentar os três primeiros livros dos Vedas, a dirigir as cerimônias e a cumprir os sacrifícios;os brâmanes do primeiro grau estavam em comunicação constante com o povo:eram seus diretores imediatos.O segundo grau era composto de exorcistas, adivinhos, profetas, evocadores de Espíritos, quem em certos momentos difíceis, eram encarregados de atuar sobre a imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais.

Eles liam e comentavam o Atharva-Veda, repositório de conjurações mágicas.No terceiro grau os brâmanes não tinham mais relações diretas com a multidão;o estudo de todas a forças físicas e naturais do Universo era a sua única ocupação, e, quando se manifestavam exteriormente, faziam-no sempre por meio de fenômenos aterrorizadores, e de longe.

Desde os tempos imemoriais, o povo da China entregava-se à evocação dos Espíritos dos Avoengos. O missionário Huc refere grande número de experiências, cujo fim era a comunicação dos vivos com os mortos, sendo que, em nossos dias, essas práticas estão ainda em uso em todas as classes da sociedade.Com o tempo e em conseqüência das guerras que forçaram parte da população hindu a emigrar, o segredo das evocações espalhou-se em toda a Ásia, encontrando-se ainda entre os egípcios e entre os hebreus a tradição que veio da Índia.

Todos os historiadores estão de acordo em atribuir aos sacerdotes do antigo Egito poderes que pareciam sobrenaturais e misteriosos.Os magos dos faraós realizavam estes prodígiosque são referidos na Bíblia;mas, deixando de parte o que pode haver de legendário nessas narrações, é bem certo que eles evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu formalmente que os hebreus se entregassem a essas práticas: “Que entre nós ninguém use de sortilégios e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade”.A despeito dessa proibição, vemos Saul ir consultar a pitonisa de Endor e, por seu intermédio, comunicar-se com a sombra de Samuel, e o que em nossos dias denomina-se materialização.Veremos, mais adiante, como se podem obter essas manifestações superiores.