AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA

 

 

DEFINIÇÃO DE “ESPÍRITO” (do latim spiritus): princípio intelectual, imaterial e individual, que reside em nós e sobrevive à desagregação da matéria. No sentido especial da doutrina espírita, os Espíritos são seres inteligentes da criação que povoam o universo, fora do mundo material, e que constituem o mundo invisível. Cabe lembrar que estando encarnados, denominam-se almas (1).

 

DEFINIÇÃO DE PERISPÍRITO (do grego peri e do latim spiritus): invólucro fluídico, vaporoso, quintessenciado, semimaterial do Espírito, com flexibilidade e expansibilidade. Participa a um só tempo, no dizer de Allan Kardec, “da eletricidade, do fluido magnético e até determinado ponto, da matéria inerte” (2).

 

FORMAÇÃO E PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO: é uma condensação do fluido cósmico universal em torno de uma inteligência ou alma. É formado dos fluidos ambientais de cada globo. Conforme o grau de evolução do Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde se encarne. Resulta que sua constituição íntima não é idêntica em todos os Espíritos e esse envoltório se modifica com o progresso moral alcançado pelo Espírito (3).

 

O FENÔMENO DAS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS: A idéia que temos dos Espíritos faz com que nos apresente como incompreensível, à primeira vista, o fenômeno das manifestações espíritas. Essas manifestações não podem produzir-se senão pela ação do Espírito sobre a matéria; por isso, os que julgam que o Espírito é a ausência de toda a matéria perguntam, e com alguma aparência de razão, como pode agir materialmente. Ora, aí é que está o erro, porque o Espírito não é uma abstração, é um ser definido, limitado e circunscrito. Age, assim, através do perispírito (1).

 

A CHAVE DE PROBLEMAS INEXPLICÁVEIS: no conhecimento do perispírito está a chave de uma porção de problemas até hoje inexplicáveis. E a medicina, considerando apenas o elemento material ponderável priva-se, na apreciação dos fatos, de uma causa incessante de ação. Se penetrasse em seu âmago, descobriria as causas passadas das doenças e tratá-las-ia com mais fundamento (1).

O ATO MEDIÚNICO: o ato mediúnico é o momento em que o Espírito comunicante e o médium fundem-se na unidade psicoafetiva das comunicações. O Espírito aproxima-se do médium e o envolve nas suas vibrações espirituais. Essas vibrações irradiam-se do seu corpo espiritual, atingindo o corpo espiritual do médium. A esse toque vibratório semelhante a um brando choque elétrico reage o perispírito do médium (4).

 

PERGUNTAS:

1 - Como se dá o fenômeno das manifestações espíritas?

2 - Quais são as propriedades do perispírito?

3 - Por que a “chave dos problemas” está no perispírito?

4 - Como se realiza o ato mediúnico?

 

BIBLIOGRAFIA:

(1) Kardec, A. O Livro dos Médiuns, cap. I.

(2) Paula, J. T. Dic. Enc. Ilustr. Espiritismo Met. Parapsicologia.

(3) Kardec, A. A Gênese, cap. XIV.

(4) Pires, J. H. Mediunidade, cap. V.

 

 

OS MÉDIUNS

 

DEFINIÇÃO DE MÉDIUM (do latim médium, meio, intermediário): Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens (1).

 

RELAÇÃO MEDIÚNICA: O médium isolado ou solitário é um barco à deriva em águas desconhecidas e misteriosas. O médium ligado a uma instituição é um barco ancorado, cuja segurança aparente o impede de navegar. O médium solitário vive apenas em duas dimensões: a dimensão do Espírito comunicante e a sua própria dimensão individual. Falta-lhe a dimensão social, sem a qual não há possibilidade de confronto de suas percepções e captações com a realidade tridimensional do mundo. Torna-se vulnerável à fascinação e à subjugação de entidades menos felizes. Em suma, torna-se um egoísta (2).

 

TODOS SOMOS MÉDIUNS: Toda a pessoa que sente num grau qualquer a influência dos Espíritos é, por isso mesmo, médium. Essa faculdade é inerente ao homem e por conseqüência não é um privilégio exclusivo; assim, há poucas pessoas nas quais não se encontram alguns rudimentos. Podemos dizer que todos, um pouco mais ou um pouco menos, são médiuns. Todavia, na prática, essa qualificação aplica-se somente àqueles cuja faculdade medianímica é claramente caracterizada, e traduz-se por efeitos potentes e por certa intensidade, o que, então, depende de um organismo mais ou menos sensitivo (1).

 

PRINCIPAIS VARIEDADES DE MÉDIUNS: Kardec classificou os médiuns em oito tipos diferentes, os quais descrevemos abaixo:

 

1 - Médiuns de Efeitos Físicos: são mais especialmente aptos a produzir fenômenos materiais, tais como os movimentos de corpos inertes, os barulhos, as materializações etc.

 

2 - Médiuns Sensitivos ou Impressionáveis: são as pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma vaga impressão, uma espécie de roçadura por todos os membros, de que não podem dar-se conta.

 

3 - Médiuns Auditivos: são os que ouvem a voz dos Espíritos; algumas vezes é uma voz que se faz ouvir na consciência; de outras vezes, é uma voz exterior, clara e distinta, como a de uma pessoa viva.

 

4 - Médiuns Falantes: o médium falante exprime-se geralmente sem ter consciência do que diz, e freqüentemente diz coisas completamente fora de suas idéias habituais, de seus conhecimentos e mesmo da alçada de sua inteligência.

 

5 - Médiuns Videntes: são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Pode dar-se no estado normal ou sonambúlico.

 

6 - Médiuns Sonambúlicos: o sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito, o médium sonâmbulo sob a influência de outro Espírito.

 

7 - Médiuns Curadores: esse gênero de mediunidade consiste principalmente no dom que certas pessoas possuem de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o recurso de nenhum medicamento.

 

8 - Médiuns Pneumatógrafos: são os médiuns aptos a receber a escrita direta (1).

 

PERGUNTAS:

1 - Quais são os inconvenientes do médium solitário?

2 - Todos somos médiuns? Por quê?

3 - Quais são as diversas modalidades de médiuns? Descreva-as?

4 - O que diferencia o sonâmbulo do médium sonâmbulo?

BIBLIOGRAFIA:

(1) Kardec, A. O Livro dos Médiuns, cap. XIV.

(2) Pires, J. H. Mediunidade, cap. X.