O PAPEL DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES ESPÍRITAS

PASSIVIDADE: ao estudarmos a atenção e a concentração, percebemos que a atenção deve ser passiva e a concentração, ativa. Pois bem, numa comunicação, a mente do médium deve ser receptiva. Assim sendo, quando adere, dispõe-se à atenção, de forma passiva, sem interposição das próprias idéias. Em realidade, ele concentra-se por um ato voluntário. O médium seria passivo, se não misturasse suas idéias às do Espírito comunicante, mas jamais é totalmente passivo. Ele não é um autômato.

A LINGUAGEM DOS ESPÍRITOS: os Espíritos não possuem mais do que a linguagem do pensamento; eles não posuem a linguagem articulada; eis por que, para eles, não há senão uma língua. Essa língua é compreendida por todos, tanto pelos homens como pelos Espíritos. O Espírito desencarnado, ao dirigir-se ao Espírito encarnado do médium, não lhe fala nem em francês, nem em inglês, mas na língua universal que é a do pensamento; para traduzir suas idéias na linguagem articulada transmissível, ele tira suas palavras do vocabulário do médium (1).

INTELIGÊNCIA E MEDIUNIDADE: a mediunidade propriamente dita é independente da inteligência, tanto quanto das qualidades morais e, na falta de um melhor instrumento, o Espírito pode servir-se do que está mais acessível no momento; mas é natural que, para as comunicações de certa ordem, ele prefira o médium que ofereça menos obstáculos materiais. Ex.: a evocação de idiotas encarnados deu provas de suas identidades e respondiam de um modo sensato e superior (1).

ARQUIVOS MENTAIS: quando um médium possue o cérebro cheio de conhecimentos anteriores latentes, próprios para facilitar as comunicações dos Espíritos, dele eles servem-se de preferência, porque com esse médium o fenômeno da comunicação, para os Espíritos, é muito mais fácil do que com o médium cuja inteligência é limitada e cujos conhecimentos anteriores sejam insuficientes. Isso porque o pensamento dos Espíritos comunica-se instantaneamente de Espírito a Espírito, por uma faculdade própria à essência do próprio Espírito. Com efeito, quando os Espíritos são obrigados a servir-se de médiuns pouco adiantados, o trabalho deles torna-se mais penoso e demorado, porque são obrigados a recorrer as formas incompletas, o que é uma complicação para eles, ao terem de ditar letra por letra ou palavra por palavra, na certa um aborrecimento e um entrave real à presteza e ao desenvolvimento das manifestações espíritas(1).

DIVULGAÇÃO DO ESPIRITISMO: os Espíritos encarregados da propagação e divulgação das idéias espíritas muitas vezes dirigem-se, de preferência às classes mais esclarecidas e instruídas, embora seja nestas que se encontram os mais incrédulos indivíduos, os mais rebeldes e os mais cruéis (1).


PERGUNTAS:

1 - Como você explica a passividade de um médium?

2 - Para que um médium possa escrever em línguas estrangeiras é necessário ter tido contato com elas na vida anterior?

3 - Qual é o papel do médium na comunicação espírita?

4 - Relacione arquivo mental e mediunidade.

 

BIBLIOGRAFIA:

(1) Kardec, A. O Livro dos Médiuns, cap. XIX.